#08: Um inventário pessoal (e momentâneo)
As coisas que têm me ajudado a passar pela vida ultimamente
Imagem free, Pixabay.
1. Short n’ Sweet, Sabrina Carpenter. Desde que o álbum saiu em 23 de agosto ele não sai dos meus mais ouvidos no Spotify. Antes deste lançamento, confesso que tinha escutado poucas músicas da cantora e só a conhecia porque ela abriu o show da Taylor Swift na The Eras Tour. Mas este álbum tem uma vibe “vamos rir das merdas que fazem com a gente porque é melhor do que chorar” que eu gosto. Gosto também das influências de country e R&B que permeiam as produções. Enfim, é um álbum divertido e minhas favoritas do momento são: Taste; Please please please; Sharpest tool; Bed chem; Espresso; Dumb & poetic; e Slim Pickins.
2. Blue, Joni Mitchell. Aqui eu mostro que não escuto apenas músicas pop hahahaha. A voz da Joni Mitchell atinge um lugar profundo em mim; não importa quantas vezes eu a ouça, eu sempre sinto essa carga de emoção que sempre me faz agradecer por viver num mundo onde existe música. Este álbum de 1971 é considerado (não só por mim, mas por gente que entende de música de verdade) um dos melhores álbuns de todos os tempos. Enfim, se nunca ouviu, fica aí minha recomendação. Músicas favoritas (eu poderia falar todas, porém, vou deixar algumas que estão se sobressaindo no momento): All I want; Little Green; Carey; Blue; California; River; e A case of you (esta última é uma das minhas músicas favoritas da vida).
3. Conversas entre amigos, Sally Rooney. Eu adoro Pessoas Normais, mas não tinha lido nenhum outro livro da autora além dele. Comecei Conversas entre amigos um dia desses e minha mãe me disse ontem de manhã que agora eu só fico lendo hahaha. Eu ainda não terminei este livro (eu sou uma leitora lerda, mas agora isso não me incomoda mais, eu gosto de degustar cada palavra e não é uma competição até onde sei). Este é um daqueles livros meio “sem enredo” onde o foco são as personagens e a relação complexa que elas têm entre si e consigo mesmas. A Frances, personagem central do romance, comete muitas atitudes duvidosas, mas ela só tem 21 anos. Acho que quando a gente é bem jovem a gente meio que tem aval pra ser estúpido, né? É uma idade que a gente não sabe o que está fazendo da vida e está começando a entender quem somos (ou estamos tentando, pelo menos). Enfim, olha eu aqui passando pano pra personagem. Mas é um bom livro, estou quase na reta final e estou gostando bastante. Não sei se tanto quanto de Pessoas Normais, mas a escrita da Sally Rooney e a sua capacidade de leitura das interações humanas, que são tão complexas e muitas vezes esquisitas e problemáticas, fazem valer a pena a leitura.
4. Joyland, Stephen King. Antes de começar Conversas entre amigos eu li Joyland. Peguei ele esperando um terrorzão (Stephen King é sempre vendido com esse selo), mas, apesar de ter o terror como pano de fundo (um fantasma no trem fantasma de um parque de diversão, bem clássico, né?), achei que está mais para o drama — agora de um rapaz de 21 anos, que teve seu coração partido e foi trabalhar num parque de diversão em outro estado. Também gostei bastante e o fato de não ser um terrorzão não me incomodou, embora eu tivesse esperado tomar pelo menos um sustozinho. Sobre a escrita do King não tem muito o que falar, ele sempre consegue nos fazer adentrar na história e sentir a atmosfera como se estivesse ao nosso redor. Me senti dentro do parque o tempo todo que o Devin esteve lá.
5. Closer – perto demais, Mike Nichols. Acho que eu era a única pessoa do planeta que nunca tinha assistido a este filme. Mudei isso no último domingo. Outra história sobre relações complexas. Não senti empatia por nenhum dos personagens, mas eu não acho que a empatia é o único sentimento capaz de nos fazer acompanhar uma história com afinco. Porque eu fiquei vidrada no filme do momento que começou até o final. Os quatro personagens centrais são moralmente questionáveis, egoístas e verdadeiramente humanos que apesar de não ter empatia por eles, tampouco senti raiva. O mundo está cheio de pessoas assim, só espero que elas se mantenham bem longe de mim hahahaha.
6. Memórias de ontem, Isao Takahata. Esta animação do Studio Ghibli, de 1991, é menos pesada que as outras histórias, mas também segue a linha mais introspectiva. Aqui, uma jovem de 27 anos viaja de Tóquio para o interior para trabalhar colhendo açafrão. Durante a viagem ela começa a se lembrar de quando tinha 10 anos e passamos a acompanhar essa linha temporal também. Com essas lembranças ela começa a se questionar se sua vida estressante na capital é o que ela queria mesmo quando criança. Também relembra momentos marcantes do fim da infância, como quando contam a ela sobre a menstruação e também quando um menino da escola está apaixonado por ela. É uma história sem grandes reviravoltas no enredo, mas é fofinha e me fez lembrar de algumas coisas da minha infância também.
Peguei o formato inventário emprestado da Bárbara Bom Angelo, que escreve a Queria ser grande, mas desisti, na minha opinião uma das melhores newsletters para se acompanhar aqui no Substack.
Recentemente publiquei meu conto O menino da cabana assombrada na Amazon e te convido a dar uma chance a ele. São só 19 páginas, está disponível por apenas R$ 1,99 e incluso no plano do Kindle Unlimited.
Sinopse:
Atraído para sua cidade natal, Paulo relembra com nostalgia sua infância e sua conexão com Ernesto, um menino tímido e de grandes olhos escuros (como duas jabuticabas), que morava na velha cabana no fim da rua.
Inspirado pela música 'Seven', da cantora Taylor Swift, e com uma pitada de terror de pano de fundo, 'O menino da cabana assombrada' é um conto sobre o peso do fim da infância, autodescobertas e um segredo de partir o coração.
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