#3ª Edição: 5 Livros que eu queria ler como se fosse a primeira vez
O último é o mais especial para mim
Sabe quando você está lendo um livro e vez ou outra interrompe a leitura só para dizer a si mesmo: “Nossa, que livro bom!”?
Você não sabe apontar exatamente o que faz deste livro tão perfeito e por que te causa tamanha comoção, se é a atmosfera, os personagens, o enredo, a linguagem — provavelmente tudo isso junto — mas você se sente tão imerso e conectado ao livro que ele poderia nunca acabar (ou pelo menos poderia durar um pouco mais).
Abaixo trago 5 livros que eu gostaria de ler como se fosse a primeira vez e explico os meus motivos (não estão necessariamente em ordem de preferência).
Com certeza um deles, pelo menos, também vai fazer você se sentir assim!
1 – Amanhã, amanhã, e ainda outro amanhã – Gabrielle Zevin
Eu li este livro na metade do ano passado. Foi uma leitura morosa, mas não porque era chato, mas porque ele é bom demais. Tão bom que você não quer devorar, mas, sim, degustar.
É um livro longo, que acompanha desde a infância a vida de dois amigos (Sam e Sadie) e a complexidade dessa relação, enquanto eles criam jogos, brigam, amadurecem, etc.
Tem tudo o que um bom livro deve ter: personagens por quem a gente torce (e fica com raivinha em alguns momentos também), um bom enredo, um narrador que sabe contar uma boa história, tem cena para rir, tem cena para chorar, tem cena para refletir.
Se você nunca o leu, apenas leia. Ah, que inveja de você!
2 – Kindred: laços de sangue – Octavia E. Butler
Este eu devorei quando li em 2019. A escrita é tão boa e fluida que você viaja no tempo junto com a personagem central do livro.
Dana está se mudando para o novo apartamento com o marido quando se sente tonta e é transportada para o século XIX, um período perigoso para uma mulher negra. A primeira experiência é rápida, mas as viagens no tempo acontecem mais vezes sem que ela tenha controle sobre isso.
Há cenas de violência, que nos deixam impactados e enraivecidos, já que no século XIX Dana é tratada como uma escrava. Com um enredo instigante e bem escrito, é um livro que fala de assuntos sérios e nos faz refletir sobre os dilemas raciais que, infelizmente, até hoje perduram na sociedade.
3 – O grande Gatsby – F. Scott Fitzgerald
Assim que terminei de ler este livro, lá em 2015, o elegi imediatamente como meu livro favorito da vida — lugar que acho que ele ainda ocupa até hoje. Eu tive a sorte de ler antes de assistir ao filme (fique tranquilo se você não leu, este texto é spoiler free).
Normalmente, eu não me importo em assistir ao filme e depois ler o livro. Na verdade, de certa forma, até me sinto impulsionada a ler um livro se já assisti ao filme (sou esquisita, eu sei). Mas que bom que não fiz isso com O Grande Gatsby, pois acho que a leitura não teria me impactado da mesma forma.
Sobre o enredo, bem, um “novo rico” dá festas glamurosas em sua mansão na esperança de que sua amada (agora casada com outro homem) apareça em alguma delas. Para se aproximar dela, ele conta com a ajuda de seu vizinho, que é o narrador do livro. Tinha tudo para ser uma história de amor, mas não é, o que faz dele muito melhor.
Vez ou outra, penso em relê-lo numa outra edição, mas tenho medo (você vai entender este medo abaixo).
4 – Em algum lugar das estrelas – Clare Vanderpool
Este livro me curou de uma ressaca literária bravíssima lá em 2017. Narrado por Jack, um menino que perdeu a mãe e foi enviado pelo pai para um internato, se passa no fim da Segunda Guerra Mundial.
O livro foca na amizade entre Jack e Early, um garoto prodígio na matemática que é tachado pelos outros como um esquisito.
Os dois amigos embarcam numa aventura para encontrar o lendário urso Apalache. A história é narrada em paralelo com a aventura do número Pi — que é a forma como o Early lê o número, como se o Pi fosse um menino passando por aventuras também.
É um livro para quem gosta de narrativas fantásticas que podem ser apenas uma coincidência da realidade e histórias pelo ponto de vista de uma criança. Foi o livro que me fez descobrir as músicas da Billie Holiday e sempre serei grata por isso.
Eu reli no ano passado e, infelizmente, não senti a mesma coisa de quando li pela primeira vez.
5 – ACDM – Larissa Walti
Sim, este é o meu livro! Eu me dediquei à escrita dele de novembro do ano passado a junho deste ano e não vejo a hora de colocá-lo no mundo.
Na primeira versão, ou seja, a primeira escrita, contei a história para mim mesma. Depois, cada reescrita que fiz foi pensando em deixar o livro o mais incrível possível para você leitor.
E é por isso que eu acrescentei ACDM nesta lista. Eu reli o livro várias vezes para revisar, editar e reescrever e teria me ajudado muito se eu não conhecesse os personagens e cada detalhe do enredo.
Se eu pudesse ler ACDM como se fosse a primeira vez, acredito que teria sido mais fácil julgar o que tirar, o que acrescentar, identificar o que poderia estar faltando e até mesmo ter certeza do que está funcionando bem. Assim, fiz o meu melhor!
A boa notícia é que ele ainda será trabalhado junto a uma editora em que confio antes da publicação e que poderei voltar à história uma vez mais para me certificar de colocar no mundo um livro que vale a pena ser lido.
Só um comentário: Quero ACDM na minha mesa agora!!!